Foi o que noticiou a Revista Catolicismo de março de 2011. Vejamos trecho da história, escrito pelo grande católico Valdis Grinsteins para a mencionada revista:
Quando jovem, Adele Brise viveu na Bélgica, origem de sua família. Pertenceu a um grupo de fervorosas amigas, que tinham feito promessa de se tornarem religiosas. Mas em meados do século XIX seus pais decidiram emigrar da Bélgica rumo aos Estados Unidos, um país novo e meio desconhecido. Pior ainda, não iriam para uma cidade ou região já civilizada, mas se estabeleceriam no Wisconsin, então um local na fronteira entre a civilização e o desconhecido. Nem indícios de conventos havia por lá. Enquanto as amigas cumpriam a promessa, aos 24 anos ela obedeceu aos pais e partiu com seus familiares para o outro lado do mundo. Na região os imigrantes tendiam a ficar em fazendas muito distantes entre si; e devido à falta de igrejas, capelas ou escolas, iam perdendo a fé por falta de práticas religiosas.
Em outubro de 1859, Adele ia ao moinho levando um saco de grãos na cabeça, quando viu entre duas árvores uma Senhora vestida de branco. Assustada, não se moveu. A Senhora nada disse, e lentamente desapareceu, deixando uma nuvem branca no local. Adele terminou sua tarefa e retornou para casa, onde comentou com os pais o sucedido. Estes julgaram que talvez se tratasse de uma alma do Purgatório que necessitava de orações. No domingo seguinte ela saiu para ir à missa, acompanhada de sua irmã e uma vizinha. A igreja ficava a 17 quilômetros de distância, e para lá chegar era necessário passar pelo mesmo local da aparição. Novamente Adele viu a Senhora de branco. Suas companheiras nada viram, mas ficaram impressionadas com o temor que notavam em Adele. Depois de algum tempo ela disse que a Senhora tinha desaparecido. Conversando sobre o assunto, concluíram novamente que seria uma alma do Purgatório.
Após a missa, Adele se confessou com o Pe. Verhoef e narrou-lhe os dois episódios. O sacerdote disse-lhe para não ter medo, e que perguntasse à Senhora de branco o que desejava; se fosse uma mensageira de Deus, não lhe faria qualquer dano. No caminho de volta, no mesmo local, Adele viu novamente a Senhora, e desta vez notou que tinha uma fita amarela na cintura. Seguindo as indicações do confessor, perguntou:
“Em nome de Deus, quem sois e o que desejais?”.
E a Senhora lhe respondeu:
“Sou a Rainha do Céu, que reza pela conversão dos pecadores, e desejo que faças o mesmo. Recebeste a Sagrada Comunhão hoje de manhã, e isso é bom. Mas tens que fazer mais ainda. Deves fazer uma confissão geral e oferecer a comunhão pela conversão dos pecadores. Se eles não se converterem e não fizerem penitência, meu Filho será obrigado a puni-los”.
Nesse momento as duas companheiras perguntaram a Adele com quem ela falava, pois não viam nada. Ela simplesmente lhes disse:
“Ajoelhem-se, pois Ela diz ser a Rainha do Céu”.
E as duas companheiras assim fizeram obedientemente, o que alegrou a Santíssima Virgem, pois disse: “Bem-aventurados os que acreditam sem ver”. E voltando-se para Adele, acrescentou:
“Que fazes aqui parada, enquanto tuas companheiras trabalham na vinha de meu Filho?”.
Era uma alusão direta ao fato de suas companheiras belgas terem cumprido a promessa de se tornarem religiosas, mas ela ainda permanecia como leiga. Ouvindo a reprovação de Nossa Senhora, ela se comoveu e perguntou:
— O que mais posso fazer, querida Senhora?
— Reúne as crianças deste país e mostra-lhes o que deveriam saber para se salvarem.
— Ensina-lhes o catecismo, como fazer o sinal da cruz e como se aproximarem dos sacramentos; isso é o que desejo que faças. Vai e não tenhas medo. Eu te ajudarei.
Após este breve diálogo a Senhora levantou as mãos, como implorando uma bênção sobre aquelas que estavam a seus pés, e desapareceu lentamente. Estimulada pela aparição, Adele começou a reunir as crianças e ensinar-lhes os princípios da fé católica. Em meio a numerosas provações, conseguiu construir uma escola para a finalidade, assim como congregou outras jovens para ajudá-la.
Realizou também muitas peregrinações apostólicas para conclamar os pecadores à conversão. Nessa missão, ela chegava a caminhar mais de 80 quilômetros no meio de florestas, passando por todo tipo de perigos.
Finalmente em 1896, com a idade de 66 anos, Adele faleceu no cumprimento de sua vocação e foi enterrada na capela construída no local das aparições.
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