A que fim destinamos este Blog

Desde quando somos concebidos, Deus designa um Anjo Custódio para nos proteger e acompanhar durante toda a nossa vida. Quando morremos, é nosso Anjo da Guarda que nos leva ao Céu, e somente lá termina sua missão. Infelismente, no estado moral lastimável em que se encontra o homem de hoje, a fé muitas vezes é misturada com superstição. Essa mistura supersticiosa pode ser por ignorância ou mesmo por maldade (pelos inimigos da Igreja) que não podendo "destruir" as coisas de Deus, inventam e deturpam a realidade admirável dos Anjos: inventam "a hora em que o anjo ouve sua prece", difundem ou mesmo desenham e esculpem imagens de anjos com fisionomias estranhas ou misteriosas. Em época de decadência moral os anjos sempre foram perseguidos: Nas cidades de Sodoma e Gomorra quando dois Anjos foram avisar Lot que saísse com sua família por que o Senhor iria destruír aquelas cidades, os habitantes queriam adentrar na casa de Lot para fazer mal aos Anjos (Gênesis 19, 5-8), tal o vício do pecado naquela região.

Mas nós Católicos devemos separar o "joio do trigo" e devemos repudiar as distorções supersticiosas sobre os anjos e nos afastar das estampas e imagens de anjos estranhas à nossa fé.

Por isso convido a TODOS: CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS a venerarem verdadeiramente o seu anjo da guarda, não com superstição, mas como ensina a Santa Doutrina Católica Apostólica Romana.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Devoção ao anjo da guarda


Havemos de venerar e invocar devotamente o santo anjo da guarda porque:

1. ele é um eminente príncipe da corte celeste;

2. ele nos foi designado por Deus como nosso companheiro, protetor e guia.

Lembra-te sempre de sua presença, e nunca faças à vista dele o que não ousarias fazer à vista de tua mãe.

Em todos os perigos corporais e espirituais, invoca-o e segue suas inspirações.

Não te esqueças de que também o teu semelhante tem o seu anjo custódio.

Saúda também a este anjo muitas vezes, e regula o teu procedimento com o próximo de conformidade com essa verdade.

Fr. Antônio Wallenstein, O.F.M., Catecismo da Perfeição Cristã, Editora Vozes, Petrópolis, 1956, III edição.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Os Anjos – Parte 3


Serafins enviados em missões na Terra

Ao ler as Sagradas Escrituras, constatamos fatos admiráveis a respeito de anjos em favor dos homens. Por exemplo, um anjo lutou com Jacó a noite toda, e não pôde prevalecer contra ele (Gen. 32, 22-25); outro desceu do Céu para despertar e animar o profeta Elias e dar-lhe de comer (I Reis 19, 5-8). Para defender o povo escolhido, o anjo do Senhor apareceu no campo dos assírios e feriu 185 mil homens; no dia seguinte pela manhã só havia cadáveres (II Reis, 19,35). E ainda outro levou o profeta Habacuc pelos cabelos até Babilônia, para dar de comer ao profeta Daniel na cova dos leões (Dan. 32-35), e fechou a boca dos animais famintos para que não despedaçassem esse Profeta (Id. 6, 21). Foi também um anjo que, depois de ter levado o diácono Felipe para batizar o eunuco etíope de Candace, Rainha da Etiópia, levou-o depois pelos ares até a cidade de Azoto (Atos 8, 26-40).

São Paulo diz que todos os soberanos espíritos angélicos são ministros do Senhor, enviados para o bem dos que hão de herdar a salvação e a bem-aventurança eterna. E afirma o real profeta: “Bendizei ao Senhor, vós todos os seus anjos, fortes e poderosos, que executais as suas ordens e obedeceis as suas palavras” (Sl 102, 20).

Entretanto, segundo teólogos e doutores, os anjos dos três primeiros Coros comumente não são enviados aos homens. Somente em algumas ocasiões muito importantes podem vir até nós, visando nosso bem. Assim, São Gabriel Arcanjo, que disse de si mesmo que era um dos que “assistiam diante do trono de Deus” (isto é, segundo alguns, um Serafim), “desde o primeiro ano de Dario medo, estava junto dele para o sustentar e fortificar” (Dan. 11, 1). Foi enviado também ao sacerdote Zacarias para anunciar-lhe o nascimento do Precursor, e à Virgem Santíssima para pedir-lhe o consentimento para a Encarnação do Verbo de Deus. São Rafael, que também disse de si que era “um dos sete (espíritos principais) que assistimos diante do Senhor” (Tob. 12, 15), portanto, também seria um Serafim, foi escolhido para guiar Tobias. E, de São Miguel, é dito também, no livro de Daniel (10, 13), que é “um dos primeiros príncipes” (da Corte Celeste). E acrescenta que foi incumbido de ser protetor do povo hebreu. São Miguel também, segundo São João, “guerreou contra o dragão”. Na era da Redenção, ele é o anjo tutelar da Santa Igreja.

Foi um Serafim quem purificou os lábios de Isaías com um carvão ardente, antes que ele começasse a pregar (Is 6, 6). Por outro lado, foi um querubim o anjo enviado ao Profeta Ezequiel sob a aparência de uma figura misteriosa (Ez 1, 4-28).

(Escrito por Plínio Maria Solimeo
Revista Catolicismo – Setembro de 2005)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Os Anjos - Parte 2


Considerando os anjos dos três primeiros Coros angélicos, os do primeiro, os serafins (do grego “séraph”, abrasar, queimar, consumir), excedem os anjos dos demais Coros no fervor de sua caridade. Os querubins (do hebreu “chérub”, que São Jerônimo e Santo Agostinho interpretam como “plenitude de sabedoria e ciência”) excedem os dos Coros inferiores na plenitude de sua ciência. No terceiro Coro da primeira hierarquia temos ainda os tronos, chamados algumas vezes de sedes Dei, sedes do Todo Poderoso, que excedem os dos demais Coros inferiores no ver a Deus e, com mais perfeição, na compreensão da razão de suas divinas obras.

Os anjos dos três Coros seguintes estão mais relacionados com a conduta geral do universo. Aqueles que distribuem aos anjos inferiores suas funções e seus ministérios são chamados Dominações. Os que executam as grandes ações que dizem respeito ao governo universal do mundo e da Igreja, e que operam para isso prodígios e milagres extraordinários, são chamados Virtudes. Aqueles que mantêm nas criaturas a ordem desejada pela divina Providência e impedem eficazmente que esta seja perturbada pelos esforços dos demônios e de qualquer outra causa maligna, são chamadas Potestades.

Enfim, os anjos dos três Coros inferiores são os que mantêm relação com a conduta particular dos Estados e das pessoas, que presidem os países, as províncias e as dioceses. Os Principados são os que têm uma intendência mais estendida e mais universal. Os que são enviados por Deus para executar tarefas de maior importância e levam as mensagens mais consideráveis são chamados Arcanjos. Finalmente, os que têm como missão a guarda de cada homem em particular, para o desviar do mal e o encaminhar ao bem, defendê-lo contra seus inimigos visíveis e invisíveis e conduzi-lo à salvação, são chamados anjos, “pela apropriação que lhes foi feita em particular do nome comum a todos os espíritos celestes”.

(Escrito por Plínio Maria Solimeo
Revista Catolicismo – Setembro de 2005)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Os Anjos - Parte 1


Segundo a opinião de vários Doutores da Igreja, os Anjos foram criados logo no início da criação do universo. São incorruptíveis e imortais, pois, como não têm corpo, não estão sujeitos à morte, frio ou calor, fome e sede, cansaço e enfermidade, nem às outras misérias a que está submetido o corpo humano. São dotados de uma mobilidade espantosa em sua ação, como não há símile na Terra, pois têm a mobilidade do pensamento. Assim, para eles, basta pensar e desejar para estar em qualquer parte. Por outro lado, o seu entendimento não é discursivo; basta-lhes ver, para conhecer cada coisa em sua essência, de modo muito mais completo que o conhecimento humano. Desde sua criação, têm um conhecimento perfeito e consumado de todas as coisas que se podem conhecer naturalmente. Ademais, sua vontade é constante e eficaz, querendo eles tão cabalmente o que desejam, que nunca se apartam do que escolheram. Por isso, do pecado dos anjos maus decorreram conseqüências infinitas, pois a escolha que fizeram foi de uma vez para todo o sempre.

Quantos são esses ministros do Senhor, como os chama São Paulo? São João, no Apocalipse, diz: “E ouvi a voz de muitos anjos em volta do trono [...] e era o número deles milhares de milhares” (Apoc. 5, 11). O Profeta Daniel, falando também de seu número, diz: “Eram milhares de milhares [os anjos] que o serviam, e mil milhões os que assistiam diante d'Ele” (Dan. 7, 10). Acrescenta o pseudo-Dionísio que o número dos anjos excede ao das coisas corporais e materiais. Pois Deus, em sua perfeição e em seu poder infinitos, criou seres tanto mais numerosos quanto mais perfeitos eram em si mesmos.

Os anjos são os principais ministros da Divina Providência para reger e conservar o mundo. São eles que presidem os movimentos do mundo sideral e, com sua concertada ação e influência, regem toda a vida, variedade, distinção e beleza que há nas criaturas corporais. Eles presidem os países, províncias, Estados e cidades, são os conservadores de todas as espécies visíveis, distribuidores dos dons e executores da vontade de Deus.

Cada homem, desde o primeiro até o último que for criado, teve, tem e terá, como nos ensina a Santa Madre Igreja, um anjo da guarda. A única exceção foi para Nosso Senhor Jesus Cristo em sua natureza humana. Pois, como também é Deus, não teve necessidade de anjo que O guardasse.

Tendo assim todos os homens um anjo custódio — não havendo nisso exceção para bons ou maus, fiéis ou infiéis — são eles milhões e milhões.

Maravilha ainda maior é que cada anjo difere do outro como único em sua espécie, como um infindável campo coalhado de numerosíssimas flores, em que não houvesse duas da mesma espécie. Assim é o universo angélico.

Pelo que sabemos dos anjos inferiores, sendo já tão grande sua perfeição e excelência, como serão
os serafins? Como será São Miguel Arcanjo, Príncipe da Milícia celeste, que, segundo alguns autores, ocupa o lugar supremo na Hierarquia angélica?

(escrito por Plínio Maria Solimeo
Revista Catolicismo – Setembro de 2005)